sábado, 15 de julho de 2017

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O NOME QUE NÃO TE DEI

 O Nome que Não Te Dei

 

Há coisas que vivem sem etiqueta,

sem gaveta para guardar,

sem palavra que as contenha

em sua totalidade.

 

Tu és uma dessas coisas.

 

Não és amor, nem amizade,

nem familiar, nem estranho.

És a corrente invisível que liga

o que sou ao que sinto,

sem que o dicionário encontre termo.

 

Tentaram te enquadrar,

sussurraram definições,

mas a tua essência, vasta e livre,

escapa a qualquer forma fixa.

És o sopro, o silêncio que compreende,

a presença que não pede legenda.

 

E nesse não-nome reside a tua força,

a liberdade de ser o que se é,

sem o peso de expectativas,

sem o molde das convenções.

És a verdade nua,

o inexplicável que me faz sentir

mais viva, mais inteira,

justamente por não te dar

o nome que não te cabe.

 

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Foto de Barra do Piraí - Praça Pedro Cunha - 30-01-2016 - Vicente Siqueira

 

Foto de Barra do Piraí -

Praça Pedro Cunha -  

30-01-2016 -

Vicente Siqueira

SILÊNCIO COMO ECO

 

Silêncio Como Eco

 

E o silêncio aqui dentro,

não é paz, é um eco.

O som das palavras não ditas,

dos "talvez" que nunca se concretizaram.

É a ressonância do arrependimento,

um sussurro constante do que poderia ter sido.

 

Cada oportunidade perdida,

um golpe que reverbera nas paredes da alma.

Não há música, não há voz,

apenas o vazio que responde a si mesmo,

um eco de "e se" que se repete infinitamente,

preenchendo o espaço onde a esperança morava.

 

sábado, 27 de maio de 2017

PROMESSAS RECONSTRUÍDAS

 

Promessas Reconstruídas

 

Eu reinvento promessas quebradas.

Não as esqueço,

nem as jogo fora.

Pego os cacos, as pontas soltas,

e com a argila do agora,

modelos novos começos.

 

Não é negação do que se foi,

mas um teimar do que pode ser.

No lugar da rachadura,

uma nova costura,

um desenho que antes não havia.

 

Há quem diga que é ilusão,

que promessa morta não ressuscita.

Mas em mim,

onde a fé é teimosa,

transformo o "nunca mais"

numa chance que ainda habita.

 

E assim, cada estilhaço vira semente,

cada falha, um novo caminho.

Porque em meu jardim particular,

o que murchou pode sempre

florescer, de outro jeito,

mas com a mesma essência

de um amanhã que ainda pulsa.