CAMPONESA
entro em
seu delírio
como se buscasse o significado
de seu corpo,
áspero pelas asperezas
que a terra lhe deixa
quando revolve a terra
em busca das tantas
fertilidades.
são
tantos os caules
que cultiva,
são folhas,
são tubérculos
e outros frutos
que Gaia nos dá
após alimentá-los
em seus úberes.
entro em
seu delírio,
e a memória me remete
aos banhos
no lago,
que nos refresca para o início
do momento que se
faz presente.
e não
revelo quem é
nem o que cultiva,
para que tudo dure
até que o passado
se confunda
e se perca nas vontades
do futuro.