sábado, 31 de maio de 2025

CONSELHOS PARA A ALMA

 

Conselhos Para a Alma

 

Caminha suave, pois a vida te acena.

Desvenda o novo, com um olhar que transcende o agora.

O amanhã respira em cada passo, em cada fresta de luz.

Permite que a esperança te guie, serena e forte,

Rumo aos dias que se erguem, plenos de possibilidade.

 

Sê teu próprio farol, a voz que ecoa em teu peito.

Não te percas em ecos alheios, nem em máscaras que ocultam.

A verdade que te habita é a mais pura melodia,

Oferece-a ao mundo com a coragem da tua essência,

E a paz florescerá na integridade do teu ser.

 

Abre teus ouvidos à melodia não dita, ao silêncio que fala.

Compreende o outro, não para julgar, mas para acolher.

Em cada partilha, há um universo a se revelar,

Um elo de luz que se tece na ponte do entendimento.

E o coração se expande na arte de se conectar.

 

Quando a tormenta se erguer e o vento soprar forte,

Não te curves, mas busca a âncora em teu interior.

Cada cicatriz é um mapa de força, uma lição aprendida.

Renova tua alma, pois a essência é indestrutível,

E a luz do recomeço sempre encontra um novo amanhecer.

 

Mesmo nas sombras, busca a semente do que floresce.

A gratidão tece milagres nos detalhes da rotina.

Olha o sol que se põe, e a estrela que surge na noite.

O otimismo é um jardim que cultivas a cada aurora,

E a alegria um eco que ressoa do teu próprio bem-querer.

 

Sente a terra sob teus pés, o vasto azul acima de ti.

Há uma melodia universal que te chama, um propósito maior.

Em cada ser, em cada folha, a dança da vida se revela.

Conecta-te ao fluxo que te nutre, à grandiosidade do existir,

E encontra na imensidão a tua própria paz, o teu lugar.

 

Lembra-te do Criador que tece o universo e a ti.

A humildade te abre as portas da verdadeira sabedoria,

Reconhecendo a vastidão além do teu próprio saber.

No silêncio da alma, escuta a voz que guia os passos,

E entrega-te à fé, à força maior que tudo sustenta.

 

No turbilhão dos dias, busca o centro que te acalma.

A impermanência é a dança da vida, aceita-a sem temor.

Nem tudo controlas, mas a tua resposta, sim.

Cultiva o jardim da serenidade, rega-o com aceitação,

E a paz interior será o teu mais fiel e constante abrigo.

 

Assim, na vastidão do tempo e no breve sopro do viver,

Que a tua jornada seja a mais bela canção de bem-querer.

Aceita o que és, liberta o que não te serve, sê apenas luz.

A vida é o presente, a dádiva em tuas mãos a cada alvorecer,

E nela, descansa em paz, pois o bem é o teu mais puro e eterno ser.


Epílogo: Uma Reflexão Final

Que a leitura dessas palavras ecoe em teu íntimo, não omo dogma, mas como um gentil sussurro da alma. Permite que a paz que buscas se revele no simples respirar, na beleza dos pequenos gestos e na certeza de que o bem já habita em teu ser, um farol eterno em cada amanhecer.       Vicente Siqueira.



 

A COLHEITA DA LUZ

 

 

A Colheita da Luz

A esperança não é um raio que rompe a nuvem,

um presente que despenca do alto,

pronto e sem custo.

Ela é um solo que se prepara,

um campo que se cultiva

com a paciência da terra.

 

O futuro,

esse espaço que desejamos mais luminoso,

não brota do acaso,

nem da inércia dos sonhos.

É a semente que lançamos,

o suor que rega,

a dedicação que nos toma no presente,

que o faz florescer.

 

A colheita farta,

a abundância que o olhar alcança,

não é um milagre,

mas a ressonância exata

do trabalho de agora.

É o eco fiel de cada mão que planta,

de cada esforço que se doa,

no silêncio produtivo do hoje.



"A esperança é um campo cultivado, não um dom que cai do céu. O futuro mais luminoso é aquele que regamos com esforço e dedicação no presente. A colheita farta é o eco do trabalho de agora."            Vicente Siqueira

A URDIDURA DO AMANHÃ

 

A Urdidura do Amanhã


O futuro não é um texto selado,

um pergaminho já pronto,

desenhado pelas sombras

que as ansiedades do agora projetam.

Não é um fardo imposto

pela apreensão que nos visita.

 

Ele nasce, sim,

na teia das ações que escolhemos,

na trama de cada passo que damos,

com intenção, com sentido.

O amanhã, essa paisagem que se desenha,

é o reflexo puro

das decisões que brotam

de um coração aberto,

sem as travas que o medo impõe,

sem as portas que o temor insiste em fechar.

 

Não é a sombra que nos guia,

nem a inquietude que nos move.

É a esperança, essa força silenciosa,

que se lança para além do agora,

que realmente molda,

que realmente constrói.

Ela é a verdadeira arquiteta do porvir,

a mão que desenha os horizontes,

mesmo quando a vista ainda é névoa. 


"O futuro não está escrito nas ansiedades do presente, mas nas ações que se escolhe realizar. O amanhã é um reflexo das decisões tomadas com o coração aberto, não das portas fechadas pelo temor. A esperança, e não a apreensão, é a verdadeira arquiteta do porvir."                 Vicente Siqueira

 

A SETA INFINITA

 

A Seta Infinita


Não há como negociar

com a linha que se estende.

O segundo, quando nasce,

já se despede.

 

Não há pedido,

nem súplica,

nem barganha.

Ele não para para ouvir.

 

O relógio interno do mundo

segue um ritmo próprio,

imutável.

Não conhece o atraso,

não aceita a pausa.

 

Somos nós que corremos,

ou rastejamos,

ou paramos,

enquanto a seta aponta sempre para a frente.

 

E nessa marcha incansável,

nesse avanço sem freio,

moram as perdas e as chances,

o que foi e o que será.

 

Porque ele não espera.

Apenas vai.

E o que nos resta

é aprender a ir com ele.



"O tempo, rio que não volta, nos leva para águas que jamais vimos."

                                 Vicente Siqueira

 

 

FLUXO CONSTANTE

 

Fluxo Constante

 

O tempo, um rio, disseste.

E a imagem persiste, agora.

Não a calmaria da represa,

mas a força silenciosa da corrente.

 

Não escolhemos a cor da água,

nem a temperatura,

nem os seixos que rolam no fundo.

Somos apenas levados.

 

As margens de ontem, seguranças tênues,

escorrem pelos dedos da memória.

E o horizonte se alarga,

nem sempre convidativo,

muitas vezes opaco,

mas sempre novo.

 

Não há mapa para este curso.

Apenas a certeza do movimento,

para um delta desconhecido,

onde o rio, talvez,

se encontre com um mar imenso.

 

E nesse seguir,

nesta jornada imposta,

aprendemos a nadar em águas turvas,

a respirar a umidade do incerto,

porque a margem imóvel

é apenas uma promessa vã.

O rio nos sabe mais fortes em seu fluxo.

 

   

"O tempo, rio que não volta, nos leva para águas que jamais vimos."

                       Vicente Siqueira

AS MARCAS DA TRAVESSIA

 

As Marcas da Travessia

 

Não há pele que seja pura,

sem a história de um arranhão,

de uma rasura.

Cada marca,

um relevo na paisagem do corpo,

do espírito,

é o sinal deixado pela ferida,

o traço indelével da dor.

 

Mas nesse desenho,

nessa linha que agora se assenta,

reside a memória mais profunda:

a da superação.

Não é o grito do momento do corte,

mas o silêncio da cura que se anuncia.

 

A cicatriz,

essa testemunha calada,

não fala da queda,

mas do chão que a alma encontrou depois,

da força que o corpo buscou

para se erguer de novo.

Ela é a prova, serena e firme,

de que a vida,

em sua infinita capacidade de renovação,

sempre encontra um jeito,

um novo alento,

para continuar.



"Não há ferida que não deixe um sinal, e é nesse sinal que reside a memória da superação. A cicatriz é a testemunha silenciosa de que, apesar da queda, o corpo e o espírito souberam se levantar. Ela é o lembrete de que a vida sempre encontra um jeito de continuar." 

                                        Vicente Siqueira

A SEMENTE DO AMANHÃ

 

A Semente do Amanhã

 

A vida não nos entrega um mapa,

nem roteiro com cada dobra e curva.

Não promete o solo firme,

o sol constante.

Apenas desdobra,

em cada amanhecer,

a página em branco de uma nova oportunidade.

Um espaço para aprender,

para a alma se esticar, evoluir.

 

E a mais rica dessas chances,

essa que acende a luz mais forte,

está justamente no que não se pode prever.

No passo que se dá no escuro,

no caminho que se abre sem aviso,

onde a mente não tem rascunho

e o coração precisa de coragem.

 

O desconhecido,

essa névoa que nos cerca,

não é um monstro à espreita,

nem uma ameaça a ser temida.

É, na verdade, um convite silencioso,

velado em mistério,

para o vasto potencial que dorme em nós.

Uma porta para a força que aguarda

para ser descoberta,

no salto sem garantias.



"O novo não é um monstro. É apenas o não-conhecido, uma tela em branco que aguarda".

                                               Vicente Siqueira


 

sexta-feira, 30 de maio de 2025

NA FRONTEIRA ENTRE MIM E EU: O DUPLO ESPELHO

 Na Fronteira Entre Mim e Eu: O Duplo Espelho

Estou na fronteira entre mim e eu, onde o reflexo no espelho, às vezes, sorri antes de mim. Não é um truque de luz, nem cansaço. É que meu "eu" do outro lado, o que habita a dimensão paralela do meu próprio ser, tem vida própria. Ele pisca antes, respira mais fundo, e um dia, juro, sua lágrima rolou antes da minha, escorrendo pela superfície fria do vidro.


Às vezes, quando a insônia aperta e a madrugada estica, meu "eu" do espelho se desprende. Flutua pela sala como uma névoa densa, mas com a forma exata dos meus contornos. Sento na cama, ele se senta no chão, os olhos fixos nos meus, as pupilas dilatadas absorvendo o silêncio. Conversamos sem palavras, um diálogo de anseios e medos que só o ar pesado da noite consegue traduzir. Certa vez, ele estendeu a mão diáfana e tocou meu rosto, e senti um arrepio gélido, como se um fantasma de mim mesmo me acariciasse.


No dia em que o carro quase me atropelou, fui salvo por um impulso que não foi meu. Meu "eu" do espelho, que por um segundo se materializou ao meu lado na calçada, me empurrou. Senti a força invisível, o vento cortante do veículo, e quando me recompus, ele já estava de volta ao seu posto, no espelho, um leve sorriso enigmático nos lábios. A fronteira entre nós é fluida, tênue, uma película que a qualquer momento pode se rasgar, e então, talvez, seremos um só novamente, ou talvez, ele finalmente tome o meu lugar de uma vez por todas.

A ZONA DA EXPANSÃO

 

A Zona da Expansão

 

Há grades invisíveis,

técnicas de conforto,

onde muitos escolhem ficar.

É o familiar,

a prisão doce

de tudo que já se sabe,

mesmo quando aperta a alma.

 

Lá fora,

o voo é incerto.

O novo convida,

mas sem garantias,

sem o chão que já se conhece.

É a liberdade,

que assusta mais que o cativeiro.

 

No entanto,

o crescimento real não nasce em berço de certeza.

A sabedoria profunda,

essa essência que transforma,

floresce apenas

quando a ousadia cruza a fronteira

do que não se domina,

do que o intelecto não pode mapear.

 

Aceitar o desafio

desse desconhecido,

desse vasto e inexplorado amanhã,

é, em cada passo incerto,

amadurecer.

É a respiração mais plena da vida,

a que nos alarga o peito.


 

"A vida não promete certezas, apenas oportunidades para aprender e evoluir. A maior delas reside naquilo que não se pode prever, no caminho que se abre sem aviso. O desconhecido não é uma ameaça, mas um convite velado para o nosso próprio potencial."


 

O SALTO E O VAZIO

 

O Salto e o Vazio

 

Não é a queda,

a gravidade que puxa,

que nos det

É o invisível sob os pés,

a incerteza de um solo que pode não estar lá.

 

O abismo, em si,

é apenas um espaço.

Sua verdadeira ameaça

não está na escuridão de sua profundidade,

mas na falta de contorno,

de um traço familiar para a mão buscar.

 

O novo não é um monstro.

É apenas o não-conhecido,

uma tela em branco que aguarda.

Seu desafio maior

não reside na surpresa que pode trazer,

mas na ausência do mapa que nos guia,

na melodia que ainda não escutamos.

 

A alma se encolhe não pela ameaça,

mas pela vastidão sem nome.

É o silêncio do futuro

que nos faz hesitar,

mais que o barulho de qualquer fim.