Entre o Foi e o Não Foi
Há um nevoeiro denso na memória,
onde os contornos se perdem,
e as certezas flutuam como sombras.
Será que houve o choro,
ou apenas a ardência contida nos olhos,
uma chuva que nunca alcançou o rosto,
mas encheu os poros da alma?
A distinção se esvai,
entre a lágrima que escorre e a que implode.
E o abismo? Ah, o abismo.
Sinto o vertigem, o frio da beira,
mas não sei se o chão cedeu de vez
ou se apenas dancei na iminência da queda.
Um vazio que é também um pleno,
a ameaça que é presença constante,
sem o alívio de um fundo,
sem a clareza de uma ascensão.
Estou caindo, ou sou a queda em si?
Depois, o silêncio. Ou a ausência dele.
Seria a calmaria que precede a tempestade,
ou o ruído de fundo tão constante
que se tornou a própria quietude?
Uma pausa que não pausa,
um som que não se ouve,
e a mente, presa nesse paradoxo,
não encontra porto, nem voz clara.
E a cura? Ah, a cura.
Ela acende uma luz tênue ao longe,
mas recua ao menor toque.
Não sei se ela vem, se já esteve,
ou se é apenas a miragem
de um fim para o que não tem começo definido.
Uma ferida que cicatriza, mas sangra em segredo,
uma paz que é só a ausência da guerra declarada.
E assim, neste entre-lugar,
onde o sim e o não se abraçam,
eu existo.
Preso na névoa da própria história,
onde o que foi e o que não foi
se torna
6 comentários:
hummmmm
adorei os doces suculentos.
suculentos como os seus, não tinha provado ainda, rsssss.
muitos ....
poetamigo
rsssss
vc é demais amigos.
Com vc aqui tudo é bem mais legal, obrigada por td.
Sabe que to com muita saudades do blog, sem tempo pra ele,mas não sem tempo pros amigos.
Outros e outros
Vicente! "Estava eu posta em sossego..."rs, porque ninguém é de ferro, e não ando postando e nem comentando os amigos(férias bloguísticas...), quando vou dar uma olhadela rápida e vejo você no meu bloguinho!!! Caramba! Quase caí no teclado...rsrs Exageros à parte, pensei que você andasse longe!!!!!!!
Que delícia que está aqui, com a "doceria" em plena atividade!
E estou escondida (aqui)...porque não devia vir aqui e não ir aos demais...rs
Beijos, Vicente.
Logo voltarei.
Obrigada!!!!!! por tudo!
Dora
aiii
Se vc disse eu acredito...
Tb tenho um pouco de medo de mim, às vezes falo muito, deixo as pessoas acoadas...
Que bom saber que contigo foi diferente.
Muitos beijos amigo
Nao temer as palavras nao é fácil.palavras doces ,sao ótimas;palavras menos doce sao dificeis...mas palavras sao palavras e os poemas precisam de todas elas.Viajo pelos blogs e aqui e ali me encanto,me arrepio,me inqueito,me consolo,desconsolo,rio,quase choro...Sao as palavras(as ideias) que acabam abrindo a alma.Sem preconceito eu as recebo(nem sempre as minhas sao bem recebidas.Ossos do ofiício de poeta e humano!)Tudo bem>que tenham 3 a ouvir as bobeiras que digo...vai bem.Falar é exercicio de viver...difil,meu caro...mas nao temos outra arma tao poderosa como as palavras.Obrigadao pela força(sobreviver é comum aos poetas.)vou sobrevivendo.
Tá vendo amigo Vicente, você quase fez a Dora cair do teclado. Isso é bom, assim ela volta logo. MOntanhosoAbraço.
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