coração modo avião
às vezes a solidão
não é ausência de gente,
é excesso de mim.
um eco que se cansa da própria voz.
me sento no chão da sala
sem propósito,
como se o chão fosse mais honesto
do que qualquer cadeira ergonômica.
o mundo lá fora gira
com seus algoritmos precisos,
e aqui dentro
eu travo.
não por falta de wi-fi,
mas por falta de toque.
nenhuma chamada perdida,
nenhuma presença achada.
penso em mandar mensagem,
mas o que se diz quando não se sabe
nem o que se sente?
então silencio tudo.
desligo o olhar.
deixo o coração no modo avião
pra ver se ele aterrissa em algum lugar.
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