E Houve o Choro
e houve o
choro,
sem aviso,
sem piedade,
sem explicação.
um nó na
garganta
que já era velho
cansou de ser nó
e virou rio.
não era
bonito,
não era feio —
era só urgente.
o corpo
sabia,
antes da razão,
que havia algo a lavar.
e eu
deixei.
deixei a enxurrada romper,
deixei a voz falhar,
deixei o rosto se perder.
porque às
vezes o que salva
não é ser forte,
é ser água.
e naquele
instante,
eu fui água,
eu fui choro,
eu fui inteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário